|
Se existe alguém que entende de caranguejo em Sergipe, chama-se Wilton Ribeiro da Silva. Estamos falando de caranguejos feitos em barro, desde miniaturas até gigantes de três metros. Wilton nasceu em 1954, em Aracaju, filho de pai jornalista e escritor. “Meu pai dizia que eu nunca iria fazer uma arte dentro do meu Estado, pois arte aqui não é tão reconhecida. Mas eu resolvi, aos 29 anos, que queria mesmo é fazer a minha arte e fui em frente. Já tinha trabalhado em várias profissões, de garçom a maître, sendo até gerente na área hoteleira. Não tinha jeito para estudo. Mas essa força e inspiração nasceram comigo. Veio dentro de mim essa vontade de trabalhar com argila. Eu sei que os artistas penam muito. Mas só temos 500 anos de história e temos muito tempo pela frente, espero que as coisas melhorem rápido.“
Wilton conta que o caranguejo foi um desafio. “Comecei a fazer porque o caranguejo é uma lenda para a gente. É o prato típico da região.
E esculpir um caranguejo não é fácil. Ele é muito complexo, é muito encaracolado.”
Porém, Wilton esculpe quase tudo. “A gente tem que fazer, aceitar as encomendas. Hoje, poucas são as pessoas que reconhecem o trabalho artesanal. Elas querem é preço. Por exemplo, se tenho uma encomenda muito grande, eu uso meus moldes, pois assim tenho o trabalho, gasto menos tempo e ganho a minha sobrevivência.” E ele não se ilude. “É em cima dessas coisas que o artista hoje vive, não tem jeito. E temos que fazer assim para poder fazer as nossas peças mais diferenciadas.“
Um exemplo: suas imagens de santos ou a escultura gigante de um caranguejo de três metros que fará na Bahia. |