|
Wandecok Cavalcanti de Almeida nasceu na terra do barro – Caruaru (PE) – e brincava com peças modeladas por Mestre Vitalino, que seu pai comprava na feira. “Eu tinha uma fazenda com muitos bois para brincar.” Mas o menino Wandecok não aderiu rapidamente ao trabalho artesanal local. “Eu, aos 12 ou 13 anos, comecei a entalhar madeira e fui me encontrar com o barro em Tracunhaém (PE) lá pelos meus 18 anos. Ficava observando os ceramistas e acho que assim fui aprendendo. Trabalhei inclusive como servente, preparando o barro para eles.”
Curioso e detalhista, andou por muitos lugares trabalhando e aprendendo mais sobre o barro. Fez curso no Museu de Arte Sacra de Olinda (PE) e uma oficina prática sobre o Barroco, em Salvador (BA). “Minha vida foi de muito ir e vir entre Brasília e Pernambuco, carregando a família. Mas agora sei que basta. Vamos ficar aqui em Planaltina.”
Em sua casa, Wandecok tem uma varanda onde trabalha. O forno está ali perto e sua arte vai se aprimorando cada vez mais. “Eu na verdade me considero autodidata porque o que sei consegui sozinho. Fui fazendo, fui olhando os livros, os escultores e fui pesquisando. Tive a oportunidade de fazer alguns cursos e oficinas, mas acho que o dom já tinha.” Ele gosta muito de pesquisar a feitura dos barros de cada local. “Tem muita gente que se considera ceramista, mas nunca preparou ou bateu um barro. Eu, um dia, espero revelar toda essa arte em um livro.” |