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Para quem nasceu na vila de Cláudio Manoel, no município de Mariana (MG), em 1955, certamente o trabalho mais fácil de conseguir era o de fazer panelas com pedra-sabão. “Eu gostava de cortar madeira, mas trabalhava na pedra porque precisava”, conta Vicente de Paula Castro, conhecido como Bié e irmão de Veveu.
“Adolescente, vim com minha mãe para Ouro Preto e aqui continuei a talhar a pedra. Minha grande mestra foi minha mãe. Eu ficava nervoso dizendo que queria ir para uma cidade grande. Ela dizia para ter calma, que tudo acontece na hora certa. Então fiquei e fui me dando cada vez mais nesse trabalho com a pedra. Aprendi que, com ela, você tem que fazer tudo com amor, até o limite. Depois, então, a pedra fica livre para falar com as pessoas.”
Muito procurado por colecionadores brasileiros e estrangeiros, Bié transborda a simplicidade das grandes pessoas. “Eu acho que ter nome ajuda, mas se não trabalhar com amor, entendendo que a pedra é viva, não adianta. Você chegar e assinar seu nome em um bloco não tem nada a ver, não significa nada se você não tem nada a oferecer.” |