Quando tinha 16 anos, Sandra Saad saiu do Amazonas e está há
36 anos na cidade de Goiás. Casou-se com Benedito Dias da Silva, que vinha de família de poteiros. Ela ficava olhando o marido trabalhar o barro e tinha vergonha de fazer a mesma coisa. “Acho que tinha vergonha porque eu sou descendente de índios. Gostaria que aos
16 anos tivesse a cabeça e entendimento que tenho hoje. Seria tudo muito diferente.”
Sandra compra o barro na olaria local e sempre fez imagens.
A primeira peça? Uma Iemanjá, que fez no dia de Iemanjá, com traços indígenas.
“Hoje em dia está difícil. As pessoas querem tudo coisa muito baratinha, tudo igual. As nossas coisas são diferentes. Eu faço dez São Franciscos, mas um a um. Cada um é feito por vez. Podem até sair do mesmo tamanho, mas as feições são diferentes. Não temos fôrmas.”
O ex-marido é seu vizinho e até hoje ainda orienta Sandra e os filhos, que nas horas de folga também gostam de modelar o barro.
 
SANDRA SAAD
Ampliar foto IEMANJÁ
Barro, 30 cm de altura
Ampliar foto ANJO
Barro, 25 cm de altura
 
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