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Salete Diniz nasceu em 1957, numa família de imaginários, porque era assim que seus avós e pais chamavam as imagens que esculpiam na madeira imburana. A mãe, Paulina Diniz, era santeira consagrada, que não tirava da frente da casa uma imagem de São Francisco, esculpida pelo filho José Diniz.
“Essa imagem está comigo, porque com ela eu lembro da minha mãe.
Eu estou há pelo menos 38 anos trabalhando os imaginários e não sei fazer outra coisa. Eu pego o pedaço de madeira, imagino o que vou fazer, serro e a coisa acontece. Gosto demais do meu trabalho e por nada deste mundo faria outra coisa. O triste é que acho que essa arte vai morrer comigo. Meu marido e meu filho também fazem o artesanato deles, mas dos meus imaginários sou eu que dou conta. Trabalho uma semana inteira para fazer um presépio pequeno e ainda bem que não tenho peça parada aqui.”
Salete tem duas irmãs que também esculpem. Uma mora em Lagoa Seca e a outra, em Campina Grande (PB). Ela não consegue ficar sem esculpir. A faquinha vai trabalhando enquanto ela fala, gesticula e cuida de tudo ao seu redor. As peças de Salete Diniz podem ser vistas na Galeria de Arte Antiga e Contemporânea, em Natal (RN). |