|
O Rio Grande do Norte projeta-se em direção ao Oceano Atlântico e em direção à África, como que apontando para raízes tão profundas que temos com aquele continente. Seu litoral, seguindo a tradição de todo o Nordeste, encanta quem quer que seja. E seu sertão, principalmente a região do Seridó-Acari, seduz quem por ali passar. Árvores preciosas parecem dar sustento ao corpo e ao espírito: o babaçu, a carnaúba e a oiticica. Santos e sertanejos se alternam como temas máximos na expressão de seus artistas, que, orgulhosos e sabedores da cultura da terra, colocam cangaceiros na Santa Ceia e esculpem santos com suas próprias feições. Esse é o milagre e o privilégio que a liberdade de expressão na arte nos propicia. Acima de tudo, este Estado é a terra de Câmara Cascudo, um dos mais importantes folcloristas e estudiosos da cultura popular brasileira. Sua contribuição é inestimável e hoje faz falta um garimpeiro cultural como ele, principalmente porque as mudanças estão ocorrendo rapidamente, imposição da civilização contemporânea, que tem muita pressa e parece não se importar muito com suas raízes mais profundas, com aquilo que permite que ela mesma, tão sofisticada, se mantenha em pé. |
|