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Nas muitas voltas que sua vida deu, Raimundo Batista de Oliveira viveu em Aracaju (SE) e foi para São Paulo (SP), onde ficou até os 20 anos. “Eu nasci no sítio Alto Cruzeiro, em Lagoa da Canoa (AL). Cresci em Arapiraca e fiquei um tempo em São Paulo, onde minha mãe foi operada. Ali, trabalhei em fábrica de calçado e, com os restos de couro, fazia uns artesanatos que vendia de vez em quando em frente ao Museu do Ipiranga. Minha família voltou e eu só voltei seis anos depois. Casei e tinha que arrumar mais alguma coisa para fazer. Fiz máscaras e mais umas outras coisas. Então alguém me falou do seu Zezito. Ele me incentivou. Na primeira Artenor (feira de artesanato do Nordeste), ele levou minhas máscaras. Fiz uma matriz em madeira e gostei. Comecei a trabalhar com madeira. Veio à minha cabeça o que vi e vivi em São Paulo. A situação do povo nas encostas e nos edifícios, uns em cima dos outros. Foi aí que comecei as minhas favelas.” |