Dona Nina Rosa começou a fazer brinquedos de talos de buriti (ou miriti) aos 12 anos de idade. Hoje, com mais de 70, é uma das mais antigas nessa arte e lembra que começou fazendo bonecas para ela mesma brincar. “A pobreza faz a gente inventar. E nessa época não tinha televisão.” Logo depois, foram surgindo os primeiros bichos. “Fazia cobra, tatu, pombinhas, patos, tudo para vender nos arraiais das festas profanas. E sempre vendia muito.”
Ali, na pequena Abaetetuba, mais de 70 artesãos trabalham os galhos da palmeira. Com certeza, a maioria dos brinquedos vendidos na época do Círio de Nazaré e agora nas lojas de artesanato é proveniente dali.
Dona Nina diz que as figuras mais procuradas são a vaquinha do ribeirinho, o ribeirinho na canoa levando suas coisas para a festa, o casamento e os socadores de pilão. Sem esquecer a cesta trançada de palha dentro da qual o pato é levado ao mercado para ser vendido. Porque, em dia de festa, tem pato no tucupi.
Dá para viver só fazendo brinquedos? Dona Nina explica que para completar o que falta já fez mingau para vender no mercado, organiza festas no amplo quintal de sua casa e assim vai se arranjando. “Eu gosto dos meus brinquedos e já estou muito velha para pensar em outra coisa. Eu gosto muito das festas. Gosto muito mesmo. Só falta mesmo é as crianças voltarem a brincar como a gente fazia.”
NINA ROSA
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O CASAMENTO
Brinquedo feito com
talo de buriti, 20x20 cm
MULHER PILANDO
Brinquedo feito com talo
de buriti, 15 cm de altura
PATO
Brinquedo feito com talo de buriti e gaiola
trançada em taquara, 20x10 cm
 
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