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Nilson Tavares nasceu em Goiana (PE), em 1950. Curioso, menino buliçoso, acabou encontrando no barro o seu modo de viver. “Trabalhei com João do Boneco, irmão do Zé do Carmo, e depois sozinho. Aqui em Tracunhaém, continuei a fazer figuras e fui também fazer santos. As pessoas vinham comprar aqui. Às vezes me desanimo, porque é difícil viver trabalhando só na arte. Hoje o movimento caiu, o governo não ajuda tanto o turismo. Mas eu criei minha família só com esse trabalho. Seus dois filhos, Nielson Ferreira Tavares e Natanaciel Ferreira Tavares, desde crianças, ajudam o pai e hoje já esculpem as imagens, seguindo os ensinamentos paternos. “Nosso trabalho é com o mesmo estilo clássico de papai. Os rostos afilados, os mantos que caem retos, sem o rebuscamento do barroco”, diz Natanaciel, que estudou e é professor de português. “Meu pai não conhece letra, mas no barro conhece tudo e inventou uma técnica de perfuração para queimar as peças grandes que fazemos. Eu sou professor, mas a minha vida inteira ajudei a modelar o barro e quase todo mundo vive do barro aqui em Tracunhaém.” |