Na entrada da casa de Miramar Borges, pode-se ver um pequeno rancho onde ele trabalha com pedra-sabão. “As coisas estão difíceis. As pessoas já não estão vindo tanto para cá e o jeito foi trabalhar nas panelas e pratos de pedra-sabão para completar o orçamento.”
Na verdade, Miramar tornou-se famoso pelas suas enormes colunas esculpidas em madeira e totalmente vazadas. “Eu sempre trabalhei na roça, aqui em Cachoeira do Brumado, onde nasci em 1951. Somente em 82 comecei com a madeira. Fiz umas peças que me pediram. Eram esculturas de bichos. Depois fiz um presépio. O difícil nesse meu trabalho é trabalhar de dentro para fora, deixando a peça oca, sem quebrar nadinha. Eu fui aprendendo sozinho e seu Artur Pereira me apoiou muito. Ele veio ver, gostou e mandava pessoas aqui. Foi ele que me disse: ‘Larga o trabalho com as panelas, que todo mundo faz, e comece com a madeira. Vou mandar gente aí’.”
Sentindo a ausência do velho incentivador e, por que não?, mestre maior de todos os artistas do distrito, Miramar não perde as esperanças. Seu trabalho é perfeito, preciso e belo.
MIRAMAR BORGES
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PARAÍSO
Cedro, 45 cm de altura
COLUNA
Cedro, 2 m de altura
 
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