“Agora são dois. O do Sul e o Mato Grosso mesmo. Mas é tudo Mato Grosso”, dizem os mais velhos. A divisão, meramente política e econômica, chegou em 1979 e felizmente essa polêmica é coisa do passado. O chamado Mato Grosso permaneceu ao norte, com o mesmo Pantanal e com uma faixa de transição entre o cerrado e a floresta amazônica. Porém, acima de tudo, permaneceu com suas muitas histórias que mantêm a unidade com seu irmão do sul – a fauna exuberante, o cerrado, os causos, a boiada e o sotaque forte das terras de fronteira misturado com o falar nordestino e dos imigrantes. O barro e a madeira são os principais materiais que se transformam nas mãos desse povo tão sensível. E por ali ainda se preservam manifestações folclóricas que poucos conhecem: o cururu, o siriri, a dança de São Gonçalo, o boi-da-serra, acompanhados da viola-de-cocho, do ganzá e de outros instrumentos regionais. Como bem relata o professor Elias Alves de Andrade, no prefácio do livro Uma melodia histórica, de Abel Santos Anjos Filho, estas são “as mais puras, autênticas e legítimas manifestações culturais dos ribeirinhos, dos pobres e dos escravos identificados com ela (a viola-de-cocho), com o chão, a terra e o rio”. Os depoimentos registram que a vida sofrida da roça nem sempre é menos sofrida na cidade. Porém, quando a arte se transforma em expressão maior de liberdade, a vida parece fluir mais bondosa e sem tanta crueldade.
 
 
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