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Marcelo Brant costuma dizer: “A gente faz o que o santo pede”. Talvez por isso nem se dá conta da quantidade de estandartes que já fez para as muitas festas religiosas e profanas que acontecem em Minas Gerais. Mais exatamente em Diamantina, onde nasceu em 1967.
“Faz 13 anos que trabalho com essa arte. A primeira vez que fiz estandartes e medalhas foi para a festa de Reisado em Milho Verde, cidade aqui de perto. Acho que isso é uma coisa que sai naturalmente de dentro de mim. Criação católica, mineira e barroca, desde menino convivi com isso. Quando comecei a fazer meus estandartes, não fazia croquis nem desenhos. A figura dos santos se repete, mas as alegorias, não.”
Marcelo cria com o que está à sua volta. Todo material se transforma em suas mãos. Desde pedaços de papel até tampas de garrafas ou CDs descartados. “A gente veste o santo da forma como ele merece. É preciso ter um certo carinho, respeito e se trata, na verdade, de um ritual.”
O reconhecimento e o desenvolvimento de seu trabalho estão lhe abrindo novas portas. Eventos culturais e de moda começam a requisitar cada vez mais seus estandartes e medalhas, um trabalho que, como ele mesmo define, “é para a rua, é para ser grande, não é para ficar escondido em algum canto; as festas são na rua, a procissão é na rua”. Curioso e estudioso, ele consegue colocar todas as nuances da modernidade no que faz. |