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Maqueson Pereira da Silva costuma dizer que seu trabalho é inspirado no mundo em que vive, a Amazônia. Filho de seringueiro e construtor de barcos de Cruzeiro do Sul, tudo levava a crer que seguiria os passos paternos. Porém, aos 5 anos, foi aceito como interno em um colégio de padres alemães e aí começou sua epopéia que culminaria em uma sólida formação na arte da marchetaria clássica, aprendida na Suíça e na Alemanha. Somente em 1995 voltou para sua terra natal, abriu um ateliê de marchetaria e passou a ensinar a jovens carentes do lugar essa arte milenar.
Os cortes precisos do estilete nas folhas finas de madeira de diferentes texturas e cores naturais dão forma a tampas de caixas, quadros, almofadas para portas e para mobiliário.
Maqueson utiliza raízes de árvores derrubadas há tempos nas florestas. Para isso, conta com a colaboração dos mateiros da região e de várias comunidades locais. Defensor da preservação da floresta, principalmente porque está na região do Alto Juruá – a maior reserva em biodiversidade do mundo –, além de buscar a certificação das madeiras que utiliza, ele pretende desenvolver um projeto de reflorestamento nativo das margens dos igarapés, “porque os homens chegam, desmatam e colocam gado nas cabeceiras dos rios. Se queremos continuar a viver da floresta, temos que viver também pela floresta, ou seja, em sua defesa”. |