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Quando Manuel Eudócio Rodrigues nasceu, em 1931, ali mesmo no Alto do Moura, sua avó materna já fazia pecinhas de barro para serem vendidas na feira de Caruaru. “A gente, criança, via as pecinhas de Mestre Vitalino na feira e tinha vontade de modelar também. Comecei assim. Fazia primeiro para brincar, depois para vender e mais tarde comecei a fazer umas pecinhas maiores, que rendiam mais, uns
10 mil réis.
Depois, fui inventando outras cenas, como o Reisado do Alto do Moura – eu era o primeiro galante dessa brincadeira. Cheguei a criar um Reisado com 28 peças. Hoje, a gente não vende tanto quanto antigamente. Mas eu criei meus nove filhos trabalhando no barro. Houve uma época que se vendia muito. Depois passava quatro a cinco meses sem vender nada; então a gente ia trabalhar na roça. Sete dos meus filhos continuam o trabalho no barro. Eu fui fazendo peças cada vez maiores porque nem tenho mais visão para trabalhar coisas tão pequenas, como as minhas sobrinhas Marliete e Socorro. Já viajei e vi o valor que dão ao nosso trabalho.” Manuel Eudócio não assinava suas peças, o que felizmente passou a fazer a partir de 1950. |