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Manoel Cordeiro de Sá Filho trabalhava na agricultura, debaixo do sol forte do sertão pernambucano, nos arredores da cidade de Floresta (PE). E um acaso colocou-o no caminho das artes. “Tinha 22 anos, vim passear em Ibimirim e vi o trabalho em madeira de um cunhado meu. Fui ficando e fui aprendendo. Desde os 25 anos sobrevivo somente da arte de esculpir imagens sacras. Ibimirim tem essa tradição, que começou com Zefinha Paulino.” Como tantos outros artesãos da região, Mestre Manoel, como é conhecido, também esculpiu carrancas, mas as imagens sempre foram mais valorizadas. “Faço santos para a igreja, em tamanho natural e sempre vou a feiras e exposições, onde existe muita procura pelo meu trabalho. Tive também muita divulgação quando fiz a imagem da Santa Paulina – a primeira santa brasileira – para o Papa.”
Em sua casa, toda a família está envolvida na arte de esculpir. Os filhos já ajudam e a mulher, Zeza, é seu braço direito. Ela nunca se imaginou pegando em tintas, lixas ou formões. “Comecei pela necessidade de ajudar o Manoel e também porque aqui não havia muitas opções de trabalho. Eu ficava olhando. Quando chegou a minha vez, fiz.” |