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Luiz Carlos Lima Santos aprendeu o que sabe sozinho e observando os outros e as coisas à sua volta ali em São Luís, cidade onde nasceu e onde vive hoje. Lembra-se bem que, desde 1966, começou a experimentar fazer coisas com materiais diferentes. Pegava argila, resina, tinta, betume e tudo o que encontrava. “Eu era funcionário do Centro de Cultura do Estado do Maranhão, mas acabei saindo de lá. Fundei então a Oficina Mãos na Massa. Aqui vinham jovens para aprender a modelar. Porém, hoje as coisas são mais difíceis, faltam ajuda e recursos. Porque, veja, sou um artista autodidata. Comecei mais abstrato e depois passei para o figurativo. Em 1978, o diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas do Rio de Janeiro viu meu trabalho na exposição que fiz na casa e observou que eu deveria procurar falar mais da minha cidade, das coisas do Maranhão. Eu voltei e comecei a refletir e a observar. Cheguei à conclusão de que naquela época eu não era nada, era muito jovem. Foi então que comecei a rabiscar e cheguei ao babaçu. O babaçu é uma coisa muito maranhense. Comecei a trabalhar meus desenhos no barro e a resposta veio logo – ‘É por aqui mesmo’. E como comecei a fazer algumas formas grandes, eu queria materiais mais resistentes. Encontrei a cola misturada com o pó da madeira e resina, porque um dia vi um marceneiro restaurando um móvel e fui perguntando. E a partir do babaçu, comecei a perceber outras sementes e frutos, como por exemplo o tamburi e a andiroba.” |