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Luiz Antônio da Silva nasceu em Alto do Moura, em 1935, e conta que a cidade sempre foi terra de louceiras. “Quando Vitalino chegou, a minha mãe já fazia com o barro brinquedo para criança e levava para vender na feira. Pintava com breu e alvaiade. Na feira, um sábado, o Vitalino colocou meu banco ao lado dele e eu levei meus trabalhos. Vieram uns franceses e levaram tudo. O Vitalino foi importante porque levou o nome de Alto do Moura para fora e isso foi muito bom.”
Casado, os filhos foram chegando, “dez ao todo, que criei só com o meu trabalho no barro. Eu gosto muito do que faço. Modelo as coisas que vejo por aqui e nas revistas, na televisão”. Essa temática o diferencia hoje dos demais artesãos de Alto do Moura e explica a grande procura pelos seus trabalhos. Luiz Antônio atingiu um nível de esmero em suas peças, com cores vibrantes, e orgulha-se em mostrar a sua fábrica de telhas, com a qual ganhou o concurso da comemoração dos 145 anos de Caruaru. “Meu trabalho foi julgado ainda em barro cru. Graças a Deus, sou um vitorioso com a arte. Odete, minha mulher, me ajuda a pintar, a queimar e a comercializar. Fico triste porque esse barro que me deu tanta alegria está acabando. As cerâmicas industriais estão comprando os terrenos e tiram barro só para elas.” |