Laurentino Rosa dos Santos está aposentado há três anos. Trabalha ainda como jardineiro, mas é conhecido em todo o País e no exterior por causa de seus “sinaleiros do vento”. Ele nasceu em 1937, na vila de Lancinha, em Rio Branco do Sul (PR), e veio para Curitiba procurar melhores condições para criar a família.
“Eu inventei essa brincadeira com mais ou menos 7 anos. Eu queria fazer um aviãozinho, por isso fiz as asas e acabei colocando no boneco.” Ele também faz animais e sempre fala de sua engenhoca com quatro galinhas, que se movimentam comendo o milho. Durante muito tempo trabalhou como pipoqueiro e seus sinaleiros faziam parte de seu carrinho. “Acabava vendendo. Gostava de fazer soldados, cangaceiros, jogadores de futebol, índios, pássaros.”
Conta a lenda que quando vendia pipoca em frente ao cemitério israelita em Santa Cândida, bairro onde mora até hoje, Laurentino encantou-se com a estrela de Davi, que pode ser vista enfeitando seus bonecos. “Eu faço o que vejo, e tem muita gente que gosta.”
Seu filho Francisco também nasceu em Rio Branco do Sul, em 1967, e dá continuidade à sua obra. Atritos familiares fazem com que não trabalhem sempre juntos. “Eu tive que aprender a fazer tudo sozinho. Ele não ensinava, não. Sei que meu pai começou e trabalhou mais de 30 anos com isso. Eu, aos 12 anos, já fazia feira sozinho aqui em Curitiba, onde fui criado. Minha irmã também faz umas marionetes. Mas o sinaleiro sou eu que sigo fazendo. Faço bem pequeno e faço muito grande, com mais de dois metros de altura. Tenho trabalhos espalhados pelo mundo, como meu pai, mas continuamos tendo que dar muito duro para viver.”
Ele diz que usam madeira que não racha, que conseguem na redondeza ou que compram nas serrarias. “O quiri seca rápido e cresce muito rápido. Mas estão plantando muito eucalipto e ele está morrendo. Um dia, vai acabar de vez. Aqui só derrubamos madeira muito seca. Tem a cortiça, antes tinha mais cedro. Assim é a vida.” |
