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Laércio Bahia Moura é paraense, mas está há mais de dez anos em Macapá. Aprendeu a arte do entalhe em madeira com Mestre Jovino de Minas, que “agora trabalha lá pelos lados do distante Oiapoque”.
Ele conta que está há cinco anos tentando viver somente da arte do entalhe e da escultura, uma empreitada corajosa para quem tem família para sustentar, mas que já tentou um pouco de tudo e parece só encontrar paz quando está ali, trabalhando a madeira. “O melhor é quando a gente faz alguma obra grande, para as fazendas, para o governo, como o totem que fiz em madeira macaúba e que está na fazenda Laranjal do Jari.”
Morando em um lugar de difícil acesso, sobre frágeis palafitas, ele continua registrando suas emoções e “lutando muito para viver com dignidade. Às vezes dá vontade de desistir, mas tem uma força grande que chama a gente para esse trabalho”. Laércio diz que vai continuar insistindo “até quando agüentar, pois a minha vida é isso aqui”. |