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O sotaque forte, carregado nas consoantes, o cabelo louro e os olhos verdes já informam que Judite Weber Specalski veio das terras do sul. Mais exatamente, Campo Mourão, no Paraná.
E sua ascendência repousa na forte corrente imigratória que veio da Polônia.
Ela define a si própria como dona-de-casa, de origem camponesa, que sente uma saudade danada da roça.
Se pudesse, voltava para lá.
No sítio onde morava havia uma olaria e um dia teve vontade de fazer alguma coisa com o barro. Foi em Maringá, também no Paraná, que começou a fazer suas figuras misturando um pouco de pó de serra (trabalhava em uma serraria), o barro e um pouco de cimento (não tinha forno para queimar). Os esqueletos das figuras são de madeira.
“A imagem vem na cabeça, assim de repente e a gente tem que fazer. É uma necessidade.”
Seus trabalhos são recentes e sua casa retrata uma beleza pura e muito arrumada. Os móveis foram feitos com caixas de alho
(o marido vende alho e especiarias na rua e em feiras) e, na varanda da entrada, suas esculturas saúdam os visitantes, impressionando pela força do feminino. |