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José Roberto Freitas deixou as barrancas do velho Chico há 32 anos e veio morar em Aracaju. Lá, na pequena cidade de Carrapicho (SE), a família de José Roberto Freitas já vivia do barro. Avós e pais eram poteiros e por isso aos 6 anos de idade ele ganhou um pequeno torno para começar a aprender o ofício da família.
Quando tinha mais ou menos 9 anos, o pai perguntou por que ele não fazia uns bonequinhos, bichinhos, pois as pessoas procuravam modelagem e lá não havia.
“A vida não foi fácil para mim. Apanhei muito, comecei a trabalhar por precisão. Trabalhava muito, entregava tudo a meu pai, que me pagava quanto queria. Por isso, aos 28 anos, já com família, resolvi seguir sozinho. Vim para Aracaju e meu sogro me ajudou muito. Continuei a fazer as esculturas, que são terra, que são eu mesmo. Sempre acabo botando alguma coisa da minha terrinha. Olhe, o Menino Deus da Nossa Senhora da Conceição, eu faço com uma cuinha na mão. Faço a santa segurando flores e os rostos são nordestinos mesmo. Nós somos assim.”
Os pés grandes têm uma explicação simples. “Eu fazia as peças e colocava elas em uma base fina, que muitas vezes rachavam ou empenavam e a peça caía. Por isso, resolvi um dia fazer um pé bem grande, e deu certo. E então fiquei conhecido como Beto Pezão.” |