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José Pereira não esconde que ainda não se refez totalmente da perda do pai – Artur Pereira – em 2003. “Meu pai foi o escultor mais famoso desta região. Criou toda a família com esse trabalho e ajudava muito os outros escultores. Confesso que depois de sua morte fiquei meio desorientado, e agora perdi minha mãe, mas a gente tem que retomar a vida. Eu trabalhei 26 anos ao lado dele. O meu cunhado Biscoito também. Ele ensinou a gente. Meu pai estava idoso e havia 18 anos que eu ajudava ele nas peças grandes. Eu retalhava, furava e preparava o que ele traçava. Mas as feições dos bichos, os detalhes, tudo é ele quem fazia. Agora eu estou fazendo meus bancos com cara de bichos, como meu pai fazia. É o que tem saído.”
No canto da sala, a última peça esculpida por Artur Pereira, ainda inacabada, traz boas lembranças a José, que certamente voltará a esculpir, tão logo supere essas ausências em sua vida. Ele garante que essa peça não arredará pé de lá. |