Quando casou com a filha de Chico Santeiro, José Bezerra da Silva já trabalhava com o mestre. “A primeira coisa que seu Chico me ensinou foi fazer os bois usados nos carros de boi. A esposa dele também fazia, mas ela não sabia fazer o corpo. Isso eu já sabia, mas passei mais de ano para aprender a fazer a coroa de Cristo.”
José nasceu em 1930 e, como todo sertanejo, penou muito. Trabalhou na roça e na cidade foi, entre outras coisas, vigilante noturno. Depois de casado, passou a ajudar o sogro. “Um dia, ele disse que eu já estava fazendo melhor do que ele. Então não parei mais de trabalhar na madeira. Quando seu Chico morreu, a viúva queria que a gente continuasse o trabalho. Ela disse para eu não botar mais o nome dele. Ela disse para eu assinar Zé, e então botei Zé Santeiro, e assim ficou. Depois da trombose que sofri, trabalho menos. Gosto mesmo de fazer a cabeça de Cristo. Mas peças como as figas, o sanfoneiro, a rendeira ou o pescador dão menos trabalho.” Suas peças podem ser encontradas na Galeria de Arte Antiga e Contemporânea, em Natal.

ZÉ SANTEIRO
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CABEÇA DE CRISTO
Imburana, 10 cm de altura.
Coleção do autor
RENDEIRA
Imburana, 15 cm de altura.
Acervo Galeria Solar das Artes (Natal, RN)
LENHADOR
Imburana, 12 cm de altura.
Acervo Galeria Solar das Artes (Natal, RN)
 
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