Filho de Ribeira, município de Itabaiana (PB), Jorge Alves Siqueira nasceu na roça. Saiu de lá aos 15 anos e diz que as imagens quase idílicas, ainda que sofridas, não lhe saem da cabeça. “O riacho era limpo, tinha a casa de farinha, tinha passarinho e liberdade.”
Quando começou a esculpir, a entrar no terreno da arte, passou a assinar Zeus. “Tudo começou com meu irmão, que sofreu um acidente e um pintor amigo acabou levando-o a entalhar. Eu comecei ajudando a lixar as suas peças. Mas um dia ele me deu a faquinha e disse para eu cortar uma bola com um pedestal, que era muito fácil. Depois riscou a bola e pediu para gastar as laterais. Saiu assim uma espécie de bochechas num rosto. Aí quando fiz o olho, foi como se o olho ficasse olhando para mim, saltado. Acho que a arte entrou assim dentro de mim, como um olho me olhando. Então terminei de fazer a cabeça, que era de um ex-voto.”
O irmão tomou outros destinos, mas Zeus permaneceu em Aracaju (SE), morou em outras cidades e por fim estabeleceu-se em Areia Branca, onde mora atualmente. Trabalha madeira, mas também pedra e concreto e sempre viveu de sua arte. “Eu tinha esse destino. Há 20 anos tentei fazer outras coisas, mas não funcionou. A gente não procura a arte, a arte é que procura a gente. Eu sempre fui honesto com a arte, nunca procurei fugir do meu estilo e tenho uma característica própria.”
Quando chegam os ecologistas questionando o uso da madeira, ele não vacila. “Se eu tiver dez pedaços dessa imburana, que geralmente trago da preparação dos roçados, eu tenho trabalho para dez meses. Pense no que uma serraria faria em dez meses, quanta madeira ela detonaria.”
Por fim, confessa que “artista não fica rico, fica feliz, mas às vezes é duro conseguir o dinheiro para comprar feijão”. Por isso, hoje, tem plena consciência da sua maturidade como escultor. “Se você reparar bem nas minhas imagens, elas são muito trabalhadas, cheias de detalhes. Elas dão muito trabalho. Se alguém resolver copiar, vai logo perceber que cada peça exige muita dedicação. Não será fácil.”
ZEUS
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SÃO FRANCISCO
Madeira, 60 cm de altura
CANGACEIRO
Madeira, 30 cm de altura
PADRE CÍCERO
Madeira, 55 cm de altura
 
Aracaju
Nossa Senhora da Glória
Pirambu
Santana do São Francisco
Areia Branca
 
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