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Joel Galdino de Freitas é filho de Mestre Galdino e sempre esteve muito perto do pai. “Desde os 9 anos eu amassava barro ao lado dele.
E a minha convivência com ele foi muito boa. Cada coisa que ele fazia tinha uma poesia e uma história”, relembra.
Perdeu o pai, a mãe e os dois irmãos. Trabalha solitariamente no Memorial Mestre Galdino em Caruaru, construído pela Prefeitura e pela Fundação de Cultura, rodeado pelas figuras e imagens que aprendeu tão bem a fazer com seu pai. “O nome sempre surge depois que termino a peça. Para essas peças mais trabalhadas, faço um tubo grande e vou enchendo de coisas. Faço tudo o que meu pai fazia e aos poucos acho que saem algumas modificações. Faço o principal personagem criado por ele, o Manuel (ou Mané) Pãozeiro e invento os mesmos castelos imaginários.”
Joel passou dez anos em Vitória (ES). Com a morte do pai, em 1996, resolveu voltar para a terra natal. Desde 99 toma conta do Memorial e prepara suas peças. “Aqui em Alto do Moura quase todo mundo vive do barro. Meu pai sofreu muito, tem muitas histórias e sempre soube que seria um ceramista. O que me marcou muito foi que ele sempre pedia que a gente não deixasse a nossa arte morrer. Agora só sou eu e estou aqui para isso.”
Entre os muitos versos de Mestre Galdino, um chama atenção: “Galdino é bonequeiro / e sou poeta também / tem boneco em minha casa / que bonequeiro não tem./ Na arte só devo a Deus / Lição não devo a ninguém”. |