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Desde pequeno, João Carlos da Silva fazia figuras em barro. Eram pequenas e representavam o que via à sua volta. No município de Capela, onde nasceu, a tradição de trabalhar com barro sempre existiu. Eram louças, feitas porque eram necessárias para o dia-a-dia da casa. Mas o jovem João tinha que ganhar a vida. Foi trabalhar no comércio e um dia viu-se desempregado. Para encurtar a história, as figuras pequenas que fazia no barro quando criança tornaram-se grandes.
João sempre gostou de figuras. Tanto fez, tanto trabalhou, tanto se empenhou que aprendeu e hoje é conhecido como João das Alagoas.
“Me apeguei trabalhando nos folguedos, nas histórias contadas e nos brinquedos. São as danças do Guerreiro, do Cavalo-Marinho, do Boi. Essa é a nossa alma.”
Suas esculturas são esmeradas na técnica e na emoção. Ele demora semanas para fazer seu Boi. Cada um é único, com temas diferentes e dedicação total. “A única vez que saí do Estado de Alagoas foi para ir até a Argentina, em 1986, participar de uma exposição latino-americana de artesanato. E aprendi a dar valor ao que faço. Existem peças que são mais comerciais, como os santos e presépios. Mas uma coisa eu aprendi: não quero fazer quantidades, me escravizar. Quero fazer qualidade e mostrar isso a quem valoriza a nossa arte.” |