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Se alguém perguntar a João Borges se seu trabalho representa o Maranhão, ele vai dizer que não, que representa o Piauí. Na verdade, a cidade onde mora – Timon – pertence fisicamente ao Maranhão, mas é só atravessar a ponte que liga Teresina a ela e estamos no Piauí. Tudo ali parece dizer “maranhense por acaso”. Até o código de DDD (Discagem Direta a Distância) é o do Piauí. Por isso, João faz questão de dizer que está em Teresina.
João Borges pega o barro e vai esculpindo delicadas figuras. São homens, mulheres e crianças que ele vê todos os dias em sua rua, na roça, na cidade. A expressão das figuras é de um realismo impressionante. As roupas, os trapos, parecem feitos de tecido. Mas é puro barro.
“Aprendi um pouco com o artista Nonato Oliveira, em Teresina. Aqui em Timon, tem algumas olarias, e o dono de uma delas sempre me via por lá e disse que eu poderia usar o barro e o forno. Foi então que comecei e o bom é que vendo quase todas as minhas cenas. Eu adoro fazer essas cenas. É a vida que vejo passar aqui em frente.” |