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Ivo Boesing nasceu no sítio – ou colônia como se diz no sul –, em Tangará (SC), e veio para a cidade de Treze Tílias aos 17 anos para aprender o ofício de sapateiro.
Ali se casou e se aposentou depois de 35 anos trabalhando na mesma fábrica de calçados. A escultura veio preencher um grande vazio. “Quem começou mesmo com esse trabalho foi meu filho Gelson, que faleceu prematuramente. Eu já fazia umas coisinhas e resolvi continuar. Como ele, não tive professor. Fui metendo a cara e aprendendo. Aqui em Treze Tílias existem muitos escultores clássicos, que foram estudar na Áustria e na Alemanha, porque a cidade é uma colônia tirolesa. Mas eu não faço parte dela, então nunca tive mestre. Acho que até por isso sou pouco entendido. Por exemplo, fiz o homem plantando milho manualmente, como a gente fazia na colônia. Faço bichos, carrancas, imagens de santos e tudo o mais. Uso muito a raiz de tarumã, que é daqui e que eu não preciso derrubar.”
Com seu chapéu estilo tirolês, Ivo tem orgulho da cidade e de seu trabalho. Talvez por se preocupar mais com aquilo que vê à sua volta, com as cenas vividas quando criança na colônia, ele consiga ser o único a trabalhar os temas populares na arte de esculpir em Treze Tílias. |