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Em 1977, aos 16 anos, Francisco Souza Ferreira participou de um salão de arte em Brasília (DF). Quando chegou, era o mais novo entre todos e encontrou seis outros Franciscos. Então os mais velhos se reuniram e inventaram um nome artístico para ele – Fransofer, reunião das primeiras sílabas de seu nome e sobrenomes.
Para a família e amigos mais chegados, continuou sendo Chiquinho, mas o artista Fransofer começou a ganhar nome e saiu pelo mundo afora levando suas pinturas e desenhos.
Fransofer nasceu em Bequimão (MA) e desde criança brincava com bolotas de tabatinga liguenta (barro) que tirava aos punhados do fundo do rio onde sua mãe lavava roupa. “Fazia bichos, hominhos, coisas para brincar. E me admirava muito quando lá em casa passavam os oleiros de Itamatatiua, carregando seus potes e bonecos para vender nas feiras.”
Fransofer conseguiu comprar um sítio e começou a construir ali seu projeto de vida, a Escola de Belas Artes e Ofícios de Bequimão.
O núcleo inicial já existe. “Há mais ou menos três anos, comecei a vir para cá. Fui fazendo coisas de barro para experimentar. Nunca tinha feito antes, só quando menino. As pessoas foram chegando, observando e pegando bolotas de barro. Foi assim que começou nosso núcleo de escultores. Hoje, somos conhecidos como Núcleo de Cerâmica Jaburu, de barro bem branco e cores bem fortes. Em dias de queima, fazemos festa. Tem tambor, farofa e vinho.” Autodidata em tudo que faz, na cerâmica Fransofer também vai experimentando e aprendendo. Construiu um forno e está aprimorando as queimas. Entre seus pupilos, já se destaca o trabalho bastante personalizado de Domingos Porco, que já foi brincante e é pedreiro. |