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Evaldo David nasceu em Curitiba (PR), em 1957. Mas muito pequeno veio com os pais para a Ilha das Cobras (PR) e conta que aprendeu a nadar para depois poder andar.
Mãe professora, mas que sempre mexeu com comércio, e pai oficial militar, Davi – assim é conhecido – foi criado na Ilha do Mel. Saiu para estudar e voltou. “Tinha que tentar algo por aqui. Vim e comecei a fazer trabalhos manuais; a família tem isso no sangue e eu sempre estava fazendo alguma coisa. Pegava o tudo que encontrava e transformava.
Já fui chamado de presidiário, de louco, de maluco, de urubu (por ficar catando coisas pela praia), mas nunca liguei. Sou assim. Faço as coisas para mim e fico muito contente quando as pessoas levam e pagam por isso.”
Davi trabalha no ritmo da natureza. “Se a época é de palha, é com ela que trabalho, se é porongo (cabaça ou cuia), então faço caretas ou carrancas, se é bambu, invento outra coisa.” Transformando tudo o que encontra, faz seus insetos com restos de arame e sementes, colares com garras de siri e patas do caranguejo-da-pedra (o guaiá) e suas caretas parecem olhar para a gente querendo falar algo. Só Davi sabe o que elas estão matutando. Em seu restaurante elas ficam observando quem entra e quem sai. “Pode olhar em volta. Tenho certeza de que um dia você já viu alguém parecido com elas.” |