Efigênia Ramos Rolim nasceu em Santo Antônio Machipó, no município de Abre Campo (MG), em 1931. Em 1964, veio para Londrina (PR) e mora em Pinhais, na Grande Curitiba desde 1971.
Sua vida se mescla com seu mundo imaginário e colorido no qual se podem vivenciar aventuras medievais, o pop, o popular e o erudito da forma mais natural possível.
Não adianta perguntar a Efigênia o nome de seus personagens. São histórias.
“Eu sou contadora de histórias desde os 15 anos, mas comecei com meus bonecos em 1990, porque me tornei poeta. Foi assim: em 91, eu estava andando pela rua quando vi uma coisa brilhar muito no chão. Fiquei atordoada. Para mim, era uma jóia, mas era um papel de bala. Se tivesse sido uma jóia, eu ia usar e pronto, a história ia acabar. Mas, como era um papel de bala, a história continuou.
O papel de bala são os seres humanos quando perdem o recheio e ficam perambulando pela rua.
Eu precisava dar vida a eles. Sei que tem gente que não quer dar valor à vida, mas eu me perguntava por quê.”
Nada escapa aos olhos de Efigênia, que muitos entendem como fantasiosos demais. Lá estão os pobres estudantes que chegam atrasados no dia do vestibular, a corrupção no governo, a negra escrava engravidada pelo senhor e abandonada, o lixo que assola a cidade e se transforma em princesa, as vítimas da dengue, dragões, dançarinos, palhaços e ela mesma, Efigênia, que aos 76 anos carrega sua mala de histórias e personagens todos os domingos, de ônibus, até a feira de artesanato no centro de Curitiba. Dá cambalhotas na praça, assusta muitos, alegra alguns e encanta todos. Depois que se conhece Efigênia, alguma coisa se rompe, explode ou se transforma dentro da gente. |