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Na cidade de Sertânia (PE), muitas mulheres que trabalhavam na lavoura faziam com o barro todos os objetos utilitários que necessitavam – potes, panelas, jarros ou pratos. E foi nesse meio que cresceu Maria Esmelinda da Silva. “Me criei lá, onde nasci em 1928. Eu apanhava o barro para fazer cavalinho para brincar. Já com 8 anos, trançava palha e viemos todo mundo para Brasília em 1964. Meus irmãos vieram para trabalhar na construção civil. Alguns voltaram, outros ficaram. Eu, já com quatro filhos, comecei a trabalhar como costureira e com tudo o mais que viesse. Tive que me aposentar por causa de um acidente em uma escada e até hoje tenho dificuldade com a minha perna.” Dona Esmelinda– como é conhecida – conta que buriti era coisa que conhecia bem e via muitas coisas bonitas feitas com esse material. “Os santos que faço, não aprendi com ninguém. Foi por minha conta, olhando imagens e fazendo. Vendo minhas coisas há 20 anos aqui em Brasília, na feira de artesanato da Torre de TV. Venho para cá todos os sábados e domingos e um neto meu, que me ajuda a pintar as peças, me leva e traz. Mas entalhar, só eu.” |