Uma nova capital no centro do País, que servisse de ligação entre os vários Estados brasileiros e que nasceu sob o signo da arte – assim foi apresentada Brasília. Nomes como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa assinam o projeto dessa cidade que espantou a muitos pelo seu “futurismo”, ousadia e imensidão. Uma cidade para ser contemplada.
Brasília nasceu oferecendo oportunidades ímpares e renovadoras – a universidade, os institutos de artes, a arquitetura e o urbanismo e o fato de ser sede do poder. Mas esqueceu os seus candangos. Eles vieram de todos os Estados brasileiros para ajudar a erguer, parede por parede, rua por rua, a grande promessa de centralização e integração nacional. Gente que, passadas as inaugurações e homenagens, migrou para as cidades-satélites do entorno e olha, de longe, os imensos e largos edifícios e as enormes avenidas que ajudaram a construir. Alguns voltaram para sua terra natal ou foram procurar emprego nos Estados vizinhos. Dos que ali ficaram, pode-se dizer que aprenderam a fazer o que sempre foi feito no lugar de onde vieram. São mãos que cortam madeira, buscam pedaços de coisas para construir algo novo. Possivelmente esteja no sangue de quem ali ficou. Construir algo novo com o que puder encontrar.
 
 
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