MESTRE DIDI
Mestre Didi – Deoscoredes Maximiliano dos Santos – nasceu em Salvador, em 1917, e não fala sobre sua obra. Em sua sala de estar, repleta de objetos de arte, nos recebeu, mas não gosta de ser fotografado. E as obras escolhidas por ele foram fotografadas nesse ambiente. Suas esculturas são reconhecidas por galerias e colecionadores em todo o País e no exterior. Além de escultor, Mestre Didi é escritor, ensaísta e representante máximo da cultura afro-brasileira. A melhor definição sobre Mestre Didi é dada pela antropóloga Dra. Juana Elbein dos Santos, sua esposa: “Didi é um sacerdote artista. Expressa, através de criações estéticas, arraigada intimidade com seu universo existencial, onde ancestralidade e visão-de-mundo africanas se fundem com sua experiência de vida baiana”.
Filho único da mãe-de-santo Maria Bibiana do Espírito Santo, Mestre Didi recebeu em 1975 o título de Alapini, o mais alto na hierarquia religiosa sacerdotal nagô, e em 1983 recebeu o título máximo de Obá Mobá Oni Xangô, do rei de Ketu, em Benin, África. Desde sua infância e adolescência foi iniciado para executar objetos rituais que se resumem à esfera restrita da casa de Obaluaiyê. No entanto, segundo a Dra. Juanita – como gosta de ser chamada –, é absolutamente errado entender as esculturas de Mestre Didi como representações religiosas. “São criações que emanam dos padrões de sua cultura.” Mestre Didi utiliza vários materiais naturais e todos os nomes das esculturas são em nagô.
Em um artigo escrito por ocasião da XXIII Bienal Internacional de Arte (1996), em São Paulo (SP), que apresentou obras de Mestre Didi, a Dra. Juanita diz que, ao tentar resumir suas colocações, “estimaria reiterar que a aproximação às criações de Mestre Didi se realizam em dois níveis: o manifesto (...), em que a escultura pode ser analisada como forma estética em si, como signo de comunicação comunitária, como elo entre o artista e o observador; e o nível latente, condutor dos conteúdos abstratos que participam de mistérios litúrgicos veiculando elaborações inconscientes em que são sublimadas as fantasias básicas da herança cultural milenar e as do próprio criador”.
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ÒPA OPE IDAGBA (Cetro da Vegetação)
Nervura de palmeira, couro, búzios, contas,
palha da Costa, 1,30 m de altura

ÒPA EYE (Cetro do Pássaro)
Nervura de palmeira, couro, búzios,
contas e palha da Costa, 76 cm de altura

 
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