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Para a alegria dos foliões e amantes da arte, Benito Campos (Benito Euclides de Moura Campos) foi um administrador de empresas que não quis dar certo.
Nascido em São Luís do Paraitinga, em 1952, ele se confessa apaixonado pelo folclore da região. Muito bom contador de “causos”, Benito é capaz de envolver qualquer visitante com suas histórias durante um dia inteiro.
“Depois de tantos empregos, retomei minha vida e comecei a fazer o que gosto. Fui fazendo meus bonecos e máscaras. Tenho paixão pela cultura regional e me entrego nessa façanha que é resgatá-la. Aqui em São Luís do Paraitinga, o carnaval tinha morrido. Começou a atrair gente recentemente. O nosso carnaval é de rua, é ingênuo e real. Temos também outras festas religiosas, temos as nossas lendas, brigamos pela defesa do Saci, um herói nacional pouco conhecido da criançada de hoje em dia.”
Benito se empolga quando começa a falar, por exemplo, dos seus bonecões João Paulino e Maria Angu, da festa do Divino, das danças da Congada, Caiapó e Jongo. Defende com
unhas e dentes que é preciso reinventar essas manifestações e mostrar ao público quem são essa gente e os personagens que a cidade quase já esqueceu.
Em seu ateliê, Benito trabalha sem parar na elaboração de bonecos, máscaras, tiaras e acessórios e objetos variados para as festas e até mesmo para decoração. Sem sombra de dúvida, o melhor seria encontrá-lo em um banco de praça para ouvir as muitas histórias que guarda, escreve e pesquisa. “Eu quero mesmo poder viver feliz, valorizando as coisas da terra e comemorando a vida em cada festa.” |