A sorte de Arlindo Monteiro, pernambucano nascido em 1961 e morando há 25 anos em Maceió, foi estar no lugar certo, na hora certa, por duas vezes. “Desde garoto eu desenhava muito. Mas trabalhei com tudo.
Com vendas, com cobrança, em metalúrgica... No caminho para casa ficava vendo um escultor trabalhar a madeira. Eu deixava de almoçar para ficar olhando. Um dia, peguei uma foice e cortei o tronco de um coqueiro. Eu mesmo fiz um martelo que quase me matou de tão pesado. Com ele, esculpi uma cabeça de Cristo e vendi. Foi uma fase difícil.
Em 89 e 91 participei das Bienais de Arte aqui de Maceió e comecei a esculpir em palitos de fósforo por causa de um sonho. Nele, eu esculpia um Cristo em um palito. No dia seguinte, gastei quase uma caixa de fósforos para conseguir fazer o Cristo; mostrei prum cara e ele comprou! Era um médico, que no outro dia voltou com um cabo metálico e uma lâmina de bisturi. A partir desse dia eu não passei mais necessidade.
Ele me deu a ferramenta que pedi a Deus.” A segunda grande chance foi encontrar o mago das vinhetas eletrônicas de TV, Hans Donner. “Viu meu trabalho, gostou, usou na abertura de uma novela e eu estourei! Sei que começaram a me copiar, mas eu estou fazendo as coisas cada vez mais detalhadas, mais difíceis, porque, na arte, a gente tem que se superar sempre.”
ARLINDO MONTEIRO
GUERREIRO
(figura do folclore alagoano),
2 cm de altura, palito de
fósforo, pintura acrílica
SÃO JORGE
Palito de fósforo, pintura acrílica,
4 cm de altura
COLHEITA DA CANA
Palito de fósforo, pintura acrílica,
4 cm de altura
PESCADOR
(figura do folclore alagoano).
Palito de fósforo,
2 cm de altura
APANHADOR DE COCOS
(figura do folclore alagoano).
Palito de fósforo,
2 cm de altura
GUERREIRO
(figura do folclore alagoano).
Palito de fósforo,
2 cm de altura