|
Aos 54 anos, Antônio Elias da Silva credita grande parte de sua arte ao Mestre Pedro Rosa, também de Carpina. “Cada bonequeiro tem que ter um mestre. Eu tive esse. Fiquei com as malas dos bonecos dele, que agora estão no Museu do Mamulengo de Olinda.”
Mestre Saúba, como é conhecido, tinha cerca de 12 anos quando começou esse aprendizado de mamulengueiro ou bonequeiro. “Eu fiz bonecos inspirados nos grandes mestres e faço até hoje inspirado nas coisas que vejo nas ruas.” Um de seus personagens principais é um casal andando de bicicleta, que, ao pedalar, mexe a cabeça. “Um dia, no terminal de Boa Viagem, no Recife, encontrei um matuto que entrava na cidade de bicicleta, com a mulher na garupa. O cabra estava assustado que dava dó. Aí me inspirei para fazer esse boneco – Zé Matuto vai à praia. E já virou história.”
No povoado de Florestinha, em Carpina, onde reside atualmente, Mestre Saúba fala pouco de suas andanças. Já foi considerado o maior escultor vivo de mamulengos, já passou por São Paulo, mas seu lugar é Pernambuco, mais exatamente a cidade de Carpina. “Não tem como, eu vou ficar por aqui, trabalhando embaixo desse pé de jaca.” |