Quando chegou ao Brasil, em 1927, Antônio Batista de Souza tinha 2 anos de idade. Morou em São Paulo (SP), Campinas (SP), Amparo (SP), Minas Gerais, entre os índios Karajá, na ilha do Bananal e acabou parando em Goiás, mais exatamente na capital, Goiânia.
Seus avós, assim como seus pais, eram oleiros e louceiros lá em Braga, Portugal. Rebelde, aos 16 anos saiu de casa e trabalhou nos mais diferentes ofícios e profissões. “Eu tinha uma bronca danada do barro. Não queria ser oleiro ou poteiro ou louceiro. Então, quando fazia alguma coisa de barro, era contrariado. Só que o que eu vendia melhor eram os potes. E me recordo que foi em Nerópolis (GO) que ganhei o nome de Poteiro. Um dia, Dona Regina Lacerda, folclorista, disse para eu começar a assinar meu nome nas peças, porque alguém estava comprando e assinando no meu lugar. Aí começou... Eu dizia meu nome e todos os apelidos. Quando disse Poteiro, ela disse que este era bom. E ficou Antônio Poteiro. Coisas do destino, pois eu não queria ser poteiro.”
Acontece que os potes de Antônio Poteiro não são potes comuns. São carregados de figuras, de imagens, que se somam e se amontoam numa explosão de formas e movimento. São esculturas pequenas ou gigantescas que parecem tirar de dentro do homem Antônio Poteiro uma força imensurável que mistura naturalmente o sagrado e o profano sem nenhuma culpa.
“Um dia, o Siron Franco veio aqui e comprou umas peças. E disse com muita convicção que eu era pintor. Eu estranhei, pois nunca havia pintado em minha vida. Um outro dia ele chegou com umas telas e umas tintas. Foi assim que comecei a pintar.”
Em suas telas a profusão de cores e de imagens aparece com a mesma força das esculturas. “Eu vou pondo coisas, vou pondo coisas! Não desenho, vou pintando. Levei dez anos para embalar nessa carreira. Se vendo, eu pinto mais. Se vendo uma tela, compro duas. Se vendo duas, compro dez.”
Hoje, mais do que realizado e reconhecido, Antônio Poteiro continua trabalhando. Nessa tarefa conta com a ajuda de seu filho Souza Neto e de seu irmão, que ajuda no preparo das telas.
“Recebo estudantes todo o tempo; minha casa parece um museu. Eu gosto disso e agora que já estou com 82 anos quero trabalhar menos. Larguei de beber, de fumar, de bagunçar e quero continuar mostrando meus trabalhos. São o puro Brasil.”
ANTÔNIO POTEIRO
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OS PÁSSAROS
Terracota, cerca de
50 cm de altura
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NOSSA SENHORA CARAJÁ
Terracota, 68 cm
de altura

CAVALHADA DE LADO
Acrílico sobre tela,
45 cm x 50 cm

A PAVÃOZADA
Terracota policromada,
cerca de 40 cm de altura

 
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