A paixão do paulista Magrão (Alfredo Brondino) pelo Amazonas foi muito mais forte do que ele poderia imaginar. Chegou por ali no ano de 1976, quando ocorreu uma das maiores cheias de que se tem notícia na região. Carregando sua mochila e fazendo peças de artesanato, foi ficando e acabou descobrindo a pintura, a escultura e constituiu família.
Um de seus trabalhos mais conhecidos são os rostos de índios, que parecem ganhar vida própria. Ele conta que para isso precisa estudar muito, observar muito. “Gostaria, na verdade, de estar sempre entre eles, com os rostos virados para mim, posando para mim.” Ele esculpe os rostos em argila misturada com epóxi e usa como base cascas de madeira que são trazidas pela correnteza do rio Negro.
Atualmente, Magrão também está produzindo móveis com as madeiras que encontra e até instrumentos musicais, como tambores.
Magrão também recolhe madeira pelas redondezas. Cata sementes, galhos, fibras e tece, tinge, pinta e mistura tudo com outros materiais. Mas, quando se trata de desenhar as faces indígenas, ele não esconde suas preferências. “Gosto muito dos Poturu e dos Ianomâmi. São bonitos, altivos, se defendem. Mas isso não significa que não goste das demais etnias, pois eles é que são os verdadeiros brasileiros, não é?”

MAGRÃO
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CAMAIURÁ
Materiais diversos, cerca de 60 cm de altura. Acervo Açaí & Cia, Manaus, AM
CABEÇA DE ÍNDIA
Argila crua. Cerca de 20 cm de altura.
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