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Agenov não esconde a admiração e o carinho que tem pelo pai, Agenor Francisco dos Santos, escultor reconhecido internacionalmente e que foi seu professor para todas as horas. “Meu pai era um homem fechado, não falava muito e queria os filhos aqui junto dele, aprendendo. Eu não queria saber de arte, não. Aos 15 anos trabalhei como office-boy, depois fui motorista particular, trabalhei em empresa de mineração e sempre acabei voltando para casa. Aqui, tinha meu pai e era um porto seguro.” Ele conta que um dia fez uma escultura de pedra-sabão, que achou horrível. “Meu pai não falou nada e a peça ficou jogada pelos cantos. Aí, chegou um cliente do meu pai que veio buscar uma peça e viu a minha. Pegou, limpou e comprou. Pensei comigo: ele compra esculturas e compra monstrinhos também. Não sei o nome dessa pessoa, mas foi o meu despertar para a arte. Tinha 18 anos, comecei a imaginar outras peças.”
Daí pra frente Agenov conheceu cada vez mais o sucesso. Conhecido como o escultor das emoções, viajou, conheceu o mundo e de volta ao Embu, onde nasceu, continuou a trabalhar. Hoje, além da pedra-sabão, esculpe a madeira, o mármore, o granito e está pronto para enfrentar a dureza do quartzo.
Agenov diz que quer montar um museu, sonho de seu pai. “Estou fundindo algumas esculturas em metal para que possa preservar as matrizes. As obras de meu pai estão soltas pelo mundo. Aqui mesmo, em casa, só umas poucas.”
O nome completo de Agenov é Agenor Francisco dos Santos Jr. Ele nasceu em 1965. O nome artístico foi o acaso que trouxe até ele. “Descobri que o significado do nome Agenor era ruim – sem nascimento ou nascido imperfeito. Pensei em Agenor Jr., mas não soava artístico, até que um dia recebi um carnê para pagamento e nele estava escrito Agenov, em vez de Agenor. Achei interessante o erro. Lembrava novo, lembrava nove – porque acho que a gente não pode ter o orgulho de achar que é sempre dez. E fiquei com esse nome para mim.” |