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Venâncio (Ademar Venâncio de Souza Rocha) é um amazonense que já viveu em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), cidades que procurou para continuar seus estudos. Porém, uma das influências mais importantes na vida de Venâncio foi seu avô, Bel Inácio Venâncio, que aos 65 anos começou a esculpir, lá na distante Fortaleza (CE). “Todo mundo achava que meu avô estava ficando louco. O velho sempre dizia que, no fim de sua vida, alguém da família iria honrar seu nome.” Venâncio acabou indo para o Rio de Janeiro, estudou escultura na escola do Parque Lage (com César Cunha), voltou para a sua cidade, Iranduba, e começou a esculpir em madeira.
Trabalha na cidade, em organismo municipal, mas nunca abandonou suas esculturas. Sua temática sempre foi regional. “Minha avó era uma índia Waiwai e, para mim, buscar essas raízes é uma questão de auto-estima. Meu avô e minha mãe são muito importantes para mim. É como se você lutasse contra algo, mas não adianta. Aparece. Inconsciente.”
Venâncio conta que enterra a madeira que vai trabalhar durante seis meses, para que ela perca toda a seiva. “Fica tratada e não estraga”, diz ele. Encerra a conversa lembrando de Rodin: “Todo homem é uma espécie de artista. Todo artista é um homem”. |