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Aberaldo Sandes Costa Lima nasceu no povoado da Ilha do Ferro, município de Pão de Açúcar (AL), em 1960. Ali cresceu e vive até hoje porque gosta mesmo é do sertão. Um sertão mais do que especial, muito seco mas cercado de água e montanhas. “Aqui no mato, me encontro. Gosto de sair, acampar a céu aberto e sentir a natureza como ela é. Sempre vivi aqui, em terreno do meu pai. Só se andava a cavalo e a pé. Acho que minha mãe tem parte com índio. A gente saía e quando ela via alguém, corria se esconder. Era assim no sertão. A casa mais antiga daqui é de 1600 e uma das famílias mais antigas assinava Sandes Ferro. Dizem que aqui passaram holandeses, espanhóis e um povo galego. Acho que misturou tudo.”
No fundo de sua casa, o lugar onde trabalha revela seu universo – galhos, papéis, casulos de todo tipo, folhas e raízes. “Aqui gosto de fazer minhas coisas. Tem uma parte da madeira que já diz para a gente o que quer ser. Não gosto de fazer coisas que já existem, como as imagens de santos. Das coisas que existem, gosto de fazer só bichos e pássaros.
E na forma de gente, gosto dos ex-votos. Eu sou feliz, porque sempre sobrevivi da arte. Tem gente que não acredita no que faz e isso deve ser muito triste.” |